O caminho de volta para casa era silencioso como sempre.

Lewis mantinha a cabeça baixa o tempo todo, focando os olhos nos próprios pés enquanto caminhava. Cada passo parecia pesar uma tonelada, e o silêncio entre ele e Edward era sempre tão sufocante.

Lewis sabia que Edward estava com raiva. Pra ele, que conhecia a real personalidade dele era óbvio demais.

E Lewis não conseguia parar de tremer. Sua mente, traiçoeira, antecipava a dor o fazendo pensar o que Edward poderia fazer com ele assim que chegassem em casa.

O estômago dele embrulhou. Seus pés travaram por alguns instantes quando chegaram até o carro de Edward. Só quando escutou o som do motor sendo ligado que Lewis finalmente forçou seu corpo a entrar dentro do carro.

Quando finalmente chegaram em casa, Lewis tentou, com todas as forças, ir direto para seu quarto. Talvez, se fosse rápido o suficiente, conseguisse escapar de Edward, mas não teve sorte.

— Vem cá.

A voz de Edward soou grave, cortando o silêncio do ambiente como uma faca afiada. Lewis parou no meio do corredor, suas mãos começaram a tremer levemente, e ele se virou devagar para encarar Edward.

— Ed-Edward, eu não me sinto bem, ainda estou muito dolorido da noite passada. Vo-você pode…— Ele engoliu seco, as palavras mal saíam de sua boca. — Você pode me deixar descansar hoje? Por favor, só hoje.

Seus olhos estavam marejados, e sua voz embargada carregava um desespero silencioso. 

Edward se aproximou, e Lewis se encolheu instintivamente quando a mão dele se ergueu. Ao invés de um golpe, veio um carinho suave no rosto, seguido por dedos que bagunçaram seus cabelos de forma gentil.

— Você está cansado? — O tom de Edward era doce. Lewis assentiu, mas seus instintos gritavam para que ele corresse. — E o que eu tenho haver com isso? — Lewis arregalou os olhos. E então, num instante, o carinho se transformou em brutalidade.

Edward o empurrou com força contra a parede, fazendo a lateral de sua cabeça bater contra o gesso. Lewis soltou um gemido abafado de dor, os olhos fechados com força enquanto sua respiração se tornava curta e trêmula.

Edward virou seu corpo com violência, fazendo-o ficar de costas para si. Então as mãos ásperas e brutas dele foram até sua calça e ele começou a puxar ela para baixo sem nenhuma delicadeza.

Lewis soluçou. — Ed-Edward por favor… só hoje… — Sua voz estava trêmula, mas ele continuava implorando.

Lewis gritou horrorizado quando Edward bateu sua testa na parede. Sua cabeça latejava com tanta força que zumbia.

— Eu faço o que eu quiser com você, quando quiser, na hora que eu quiser, porra! — Edward gritou em seu ouvido. 

A voz de Edward era fria, carregada de fúria. Lewis não conseguiu responder, seus pensamentos estavam em desordem, e a dor pulsava por todo seu corpo.

Lewis sempre se esforçava em ser um bom garoto. Ele já não tentava lutar com o Smith pois sabia que isso só piorava as coisas para ele.

Mas talvez porque estava tão cansado e desesperado, que seu corpo, mesmo machucado, reagiu quando ele escutou o som de zíper sendo aberto e começou a se debater.

— Não! — Gritou, tentando sair do agarre de Edward. — Ahh! — Ele gritou quando sua testa foi novamente empurrada contra a parede, dessa vez com mais força. Lewis sentiu um líquido escorrendo em seu rosto. Era seu sangue.

— Fica quieto porra, se você não quiser que eu arrombe essa sua bunda. — Lewis tremeu, horrorizado. Ele não duvidava que Edward podia fazer isso.

Lewis sentiu uma das mãos de Edward segurando uma das bandas de sua bunda e abrindo a mesma. Ele fechou os olhos com força, soluçando.

Quando Edward forçou seu pênis para dentro dele sua respiração foi cortada.

Automaticamente o corpo de Lewis começou a se debater, querendo fugir daquela invasão dolorosa. 

— Dói, Edward… Por favor… — Lewis soluçou, tremendo.

— Eu disse pra ficar quieto, porra! — Lewis gritou arregalando os olhos quando Edward forçou todo seu pênis pra dentro, sua pélvis batendo na bunda de Lewis.

Lewis tremia, estático. Então Edward começou a se mover, no princípio com dificuldade por causa do canal seco, mas depois ganhando ritmo e dando estocadas rápidas e violentas.

Lewis sentia como se seu corpo estivesse sendo rasgado. Ele nem sequer tinha forças pra gritar ou chorar.

Mesmo que Lewis estivesse tentando relaxar o corpo pra ver se doía menos, nada adiantava. O pavor estava impregnado em cada célula dele, o fazendo enrijecer..

A dado momento Lewis desistiu. Seu corpo balançava com as estocadas de Edward enquanto ele olhava sem vida para a janela do corredor. 

Ele só estava desejando que aquilo acabasse logo.

Lewis não sabia quanto tempo se passou, mas ele foi chamado de volta para a realidade com o aperto forte das mãos de Edward em sua cintura, e com seu pênis afundando mais dentro de si.

Lewis mordeu com mais força seus lábios. Ele sentiu o líquido viscoso preenchendo seu canal e logo em seguida Edward puxou seu pênis para fora.

Automaticamente o corpo de Lewis caiu sem forças no chão. Ele tremia fortemente com os espasmos.

____

Lewis estava no chão frio do banheiro. Depois de algum tempo tentando recuperar o ar, ele conseguiu se arrastar até lá.

Agora seu corpo estava tão imóvel que parecia uma extensão do piso gelado.

As luzes do banheiro estavam apagadas, e a única iluminação vinha do pequeno feixe de luz que atravessava a porta entreaberta. O som da água enchendo a banheira preenchia o lugar, caindo em pequenas cascatas.

Seus olhos estavam abertos, perdidos em um ponto qualquer do teto. A dor era tão forte que se misturava com o torpor, tornando difícil distinguir onde uma começava e a outra terminava.

Cada respiração era um esforço. Cada movimento parecia um desafio impossível.

Lentamente, ele se apoiou nos braços, os cotovelos trêmulos enquanto ele tentava se erguer. Seu corpo protestou, e ele deixou escapar um som baixo, quase um sussurro de dor. Depois de um esforço que parecia sobre-humano, Louis finalmente alcançou a borda da banheira.

A água estava quase transbordando, mas ele não se importou. Com movimentos trêmulos e instáveis, ele entrou na banheira ainda vestido, com a camisa do uniforme amassada e úmida, e a calça desajeitadamente aberta.

O contato com a água fria fez seu corpo inteiro estremecer, os dentes começaram a bater, e ele soltou um suspiro dolorido enquanto se afundava lentamente na água. A superfície límpida tingiu-se levemente com alguns tons vermelhos. Seu sangue.

Lewis abraçou os próprios joelhos, sua testa apoiada sobre eles enquanto as lágrimas, finalmente, escorriam por seu rosto. Mas ele não emitiu nenhum som. Era como se até mesmo sua dor estivesse em silêncio.

Quando a água começou a transbordar abundantemente, Lewis forçou seu corpo pra frente e fechou a torneira.

Ele soltou o ar trêmulo. Lewis fechou os olhos com força, deitando seu corpo na banheira e deixando que a água o lavasse completamente. 

Ele estava desejando…. implorando que tudo aquilo acabasse. 

Lewis estava tão cansado. Ele só precisava de um descanso.

Apenas alguns minutos. 

Apenas alguns minutos de paz.

O som das gotas de água transbordando e tocando o chão parecia distante, como um sussurro no fundo de sua mente.

O frio começava a anestesiar seu corpo, mas era um alívio bem-vindo.

Por fim, seus músculos relaxaram, seu corpo cedeu e, aos poucos, a escuridão o envolveu. 

Lewis perdeu a consciência, escorregando suavemente até afundar mais na água.