Foi então que, antecipando seu terror, Lewis implorou:
— Só você.
A frase saiu fraca, quase inaudível em meio aos soluços. Seu peito subia e descia de forma irregular, o ar parecia pesado demais para ser puxado.
Edward continuou olhando para ele, a expressão ilegível, como se não tivesse entendido.
Lewis tentou engolir o choro e falar com mais clareza, mas sua voz estava trêmula, fragmentada, quebrada pelo desespero.
— Q-quero que seja apenas você, por favor, Edward… — Um soluço escapou, rasgando sua garganta.
O cacheado inclinou a cabeça ligeiramente, como se estivesse refletindo.
— O que você está tentando dizer? — A voz dele era baixa, arrastada, tingida de tédio. — Seja específico.
Lewis sentiu um arrepio gelado subir por sua espinha. Ele sabia o que Edward queria ouvir.
E, nesse ponto, já não se importava em dar a ele.
Já estava sendo humilhado. Já estava quebrado. Desde que Edward não deixasse aqueles caras o tocarem, Lewis faria qualquer coisa.
Ele puxou o ar com força, fechando os olhos por um segundo. Sua cabeça girava, a tontura o consumindo, mas ele ignorou.
Quando abriu os olhos novamente, encontrou o olhar de Edward fixo nele.
— Eu quero… — Ele hesitou, sua garganta apertando, mas forçou as palavras a saírem. — Eu quero que apenas você me foda.
No final da frase, a voz de Lewis vacilou, seu corpo inteiro tremia. O olhar transtornado e vulnerável era evidente em seu rosto.
Edward riu.
Uma risada baixa e sem humor.
— Como posso negar quando meu querido irmãozinho implora desse jeito?
Mas, em questão de segundos, seu semblante mudou. A diversão desapareceu, substituída por algo sombrio e frio.
Ele estendeu uma garrafa de whiskey para Lewis, os dedos segurando o vidro com desdém.
— Mas eu ainda estou muito chateado.
Lewis piscou, confuso. Seu olhar foi da garrafa para Edward, seu cérebro demorando para processar o que aquilo significava.
Então, ele ouviu.
— Se você acabar isso em um gole, eu fodo você.
O estômago de Lewis revirou violentamente.
Ele sentiu os músculos travarem e o suor frio escorrer por sua nuca.
Ele não bebia.
Nunca havia bebido antes.
Ele não conseguiria.
E Edward sabia disso.
Por isso sorria daquele jeito debochado, saboreando seu desespero como se fosse a coisa mais divertida do mundo.
— O quê? Você não gostou da minha proposta? — Edward voltou a se encostar no sofá, confortável, como se aquilo não fosse nada além de uma brincadeira entediante para ele.
A voz dele pingava ironia, carregada de malícia.
— Então me solte e deixe meus amigos te foderem.
Lewis sentiu a perna de Edward se sacudir, tentando se livrar dele.
Mas ele se recusava a soltá-lo.
Ele sabia que, se fizesse isso, estaria perdido.
— Eles estão ansiosos por isso. Não é, rapazes?
O coro de murmúrios em resposta fez o sangue de Lewis gelar.
Ele não se virou para olhar.
Não podia.
Seu corpo ficou completamente rígido ao ouvir os sons estranhos que preenchiam o ambiente. Murmúrios. Gemidos abafados.
Ele percebeu.
Alguns deles estavam se masturbando.
Ali mesmo.
Olhando para ele.
O horror subiu por sua garganta junto com o gosto ácido do vômito.
Lewis engoliu em seco, forçando-se a manter tudo dentro. Ele sentiu o estômago se contorcer e apertou ainda mais os dedos na perna de Edward, buscando qualquer coisa que o impedisse de desmoronar completamente.
Seus olhos estavam fixos na garrafa.
Ele sabia que era uma armadilha.
Edward nunca dava nada sem um preço.
Mas Lewis não tinha escolha.
Se ele soltasse Edward, seria o fim.
Se ele bebesse, ao menos…
Ao menos seria apenas Edward.
Então, com as mãos trêmulas, ele pegou a garrafa.
O vidro frio queimou contra sua pele suada.
Ele puxou uma última respiração profunda, fechando os olhos antes de inclinar a garrafa sobre os lábios.
O líquido escorreu em sua boca.
A sensação foi instantânea.
A queimação brutal tomou conta de sua garganta, como se estivesse engolindo fogo líquido.
O gosto era amargo, sufocante.
Lewis tentou engolir sem respirar, sem sentir, mas seu corpo protestou violentamente.
Seus olhos lacrimejaram, sua garganta se fechou e, antes que pudesse se forçar a continuar, ele engasgou.
O líquido escorreu pelos cantos de sua boca enquanto ele tossia, buscando desesperadamente por ar.
Seu peito queimava.
Nunca foi tão difícil respirar.
Edward pegou a garrafa de suas mãos com calma.
Lewis congelou ao vê-la apenas pela metade.
Seu coração parou por um segundo.
E então Edward sorriu.
Em fração de segundos o álcool começou a fazer efeito em seu corpo. Sua visão ficou embaçada e Lewis não podia suportar o próprio peso do corpo, então ele caiu deitado no chão.
Tudo girava.
— Você não acabou, irmãozinho. — A voz de Edward estava distante, mas escutava o som do líquido sendo balançado dentro da garrafa.
Lewis começou a chorar novamente. Ele não conseguia descrever o que sentia. Ele notou vários movimentos ao seu redor, foi então que ele fechou os olhos e se rendeu.
Ele queria apagar, ele não sentiria nada se estivesse desacordado.
— Mas, como meu irmãozinho se esforçou tanto, eu vou atender seu pedido mesmo assim. — A voz de Edward voltou a falar. Ela estava mais próxima. — Nem esses idiotas conseguem esvaziar uma cerveja em um gole, você quase conseguiu com uma garrafa de whiskey maninho. Realmente me deixou sem palavras. — Lewis escutou a risada de Edward.
Ele parecia estar se divertindo tanto… Era tão nojento.
Então Edward ficou entre suas pernas, Lewis sequer percebeu quando o mesmo se aproximou tanto, mas naquele ponto Lewis não estava se importando com mais nada.
Sem prévia ou preparação, Edward se forçou dentro dele. Lewis se engasgou com a própria saliva.
Ele ainda estava muito entorpecido pelo álcool e apenas via borrões, mas a dor estava ali. E ele podia sentir cada célula de seu corpo sendo dilacerado.
Edward o estava estuprando na frente de seus amigos.
E essas pessoas não estavam se importando nenhum pouco. Inclusive, alguns deles eram nojentos o suficiente ao ponto de se masturbarem enquanto assistiam.
Lewis não sabia se era parte do efeito do álcool, mas em algum momento a mente dele se desligou.
Ele não estava mais ouvindo nada. Nem estava mais vendo Edward.
Ele nem sentiu quando seu corpo foi virado bruscamente e nem mesmo quando no processo sua pele roçou os cacos espalhados pelo chão.
Seus olhos estavam abertos, mas sua mente não estava consciente. De repente, os olhos de Lewis começaram a projetar a imagem de várias borboletas voando à sua frente.
Ele não sabia onde estava, mas as borboletas o faziam se sentir bem. Uma pousou em cima de sua mão e outra perto de seus dedos. Na cabeça de Lewis ele estava sorrindo, enquanto tentava tocar o pequeno ser com extremo cuidado.
Então a mente de Lewis se apagou totalmente com tal imagem.